Caros amigos, colegas, arregados, conhecidos, parceiros, enfim, caros leitores...
Eu sei que não me encontro na fase mais “faceira como uma Carocha Branca” de toda minha vida! Não apresento, nem de longe, o sorriso em meus lábios avantajados que distribuía com a maior facilidade para qualquer um que me contasse uma piada sem graça.
Dizem por aí que isso tudo está relacionado com a idade.
Concordo e discordo na mesma proporção, afinal, sou paradoxalmente assumida, sou uma eterna antítese de mim mesma!
Penso que não funcionamos como as frutas, que no auge de sua maturidade ficam deliciosamente apreciativas e passado um tempo apodrecem e perdem todo seu sabor ficando no esquecimento e aguardando o seu fim. Do mesmo modo, tenho que concordar que assim como as frutas amadurecidas precocemente, os homens (compostos de carne, osso e coração como eu) ficam prejudicados por terem sido forçados a um processo que não o natural, e por esse salto abrupto nas etapas essenciais acabam perdendo qualquer coisa ou coisa alguma pelo caminho.
Fui criança por muito tempo, por anos brinquei de bonecas, tive amigos invisíveis, brincava de ser a Xuxa, a Fada Bela, as mocinhas da novela, já fiz parto de mentira, pulava corda, inventei musiquinhas porque não sabia a letra, fiz show para meus pais, inúmeras cartinhas para minha mãe, colecionei papel de carta, enfeitei cadernos e tudo que tem direito...
Por muito tempo também fui adolescente. Adolescente do tipo boba, que não queria sair de casa por conta da espinha ou do tamanho desproporcional de minha bunda se comparadas aos meus seios. Do tipo que tem agenda, que sonhava com príncipe, que ouvia Sandy e Junior, que não perdia Malhação, que assinava Capricho, que acreditava tanto em horóscopo que até comprava um Guia Astral no início de cada ano, que fantasiava histórias, que se comunicava por meio de bilhetinhos com as amigas na sala de aula, que dançava sozinha no quarto, que chorava horrores, que fazia do cabelo o seu principal problema, que confundia seus sentimentos e os sentimentos dos outros...
Por tempo indeterminado terei que ser adulta, do tipo que terá inúmeras ocupações, que desejará um ou dois dias de 48h por semana, que ao alugar um filme vai pensar no preço da pipoca, que terá quádrupla jornada (trabalho, família, cachorro e casa), que se arrumará de forma fatal para agradar alguém, que por muitas vezes odiará ter nascido, que será ingrata com tudo que Deus nos dá, que se arrependerá em poucos minutos e se ajoelhará diante Dele em um pedido fervoroso de perdão, que gritará com pessoas, que perderá a educação algumas vezes, que sonhará eternamente, que viverá apaixonada por tudo, que ovulará por pelo menos mais 33 anos tendo no mínimo mais 396 crises de TPM, que vai esperar por presentes, que se frustrará, que se surpreenderá a cada dia, que vai pintar os cabelos pra esconder a idade que é condenada pelas mãos...
Ser adulto até que não é assim tão mal. Temos liberdade, podemos fazer nossos planos independentemente do que os outros pensam, geralmente temos controle das nossas finanças, e lá uma vez ou outra podemos observar outros efeitos benéficos.
Você pode ler e pensar que estou tendo uma visão pessimista disso tudo, que esses fenômenos são naturais e que são parte integrante e compositora da sintonia perfeita do ciclo da vida e blá blá blá... mas certamente vai concordar comigo quando digo que se tudo fosse menos doloroso seria bem melhor.
Toda vez que faço aniversário fico um pouco introspectiva. Reflito. Me irrito. Me acalmo. E passado algum tempo tudo volta ao normal. Estou um ano mais velha. E daí?

Não acharei graça quando travarem comigo, em momentos de infelicidade humana, o diálogo que segue:
“- Quantos aninhos?”
“- 22!”
“- Ahhhh, 2 patinhos na lagoa!”.

Lamentável para Guiga, Broxante para Mim, Desnecessário para todos...

Se eu chorar quando me telefonarem não se apavorem, deve ser o que chamam de inferno astral que assombra algumas pessoas antes de datas como essas, nem sempre é fácil fechar um ciclo! Parem de tentar me entender!


Bjomeliguem

2 comentários:

Caralho, eu fico toda boba quando alguém usa minhas expressões.Quando alguém como você, Fran as usa eu fico MAIS TODA BOBA AINDA.

Quero te dizer minha Angelina Jolie brasileira (hum) que a gente aprende muito nessa vida, e vc mudou tanto de uns tempos pra cá, que já não me vejo mais te dando conselhos e sim te ouvindo.

Tu sabe que o meu colo tu sempre vais ter, mesmo que seja um colinho através desses teclados que nós tocamos tão rapidamente na pressa de digitar ao mesmo tempo em que as idéias vão surgindo, não queremos deixar nada pra trás...não quero que nada te falta, e saibas que todo carinho que tnho por ti às vezes sinto que não cabe nem pra por em palavras, é algo que só cresce, que amadurece, como eu, como você.
Que esses 02 patinhos lindos venham cheios de saúde, de sabedoria, de alegrias ao som de um Bob na viola, com a paz que só Deus (o meu o teu, é o mesmo) pode nos dar.

Te amo, sempre, minha cabritinha!

Parabéns desde já!

Agora os elogios descarados hehehe
AMEI o layout novo \o/
amei as imagens, amei o que escreveste, texto lindo!!! parabéns!!!!!!!!


Guiga - la bisoitita selvagem kkkkkkkkkkkk

Ahhh eu adoro a dos 2 patinhos na lagoa... afinal de contas, sou a trOiana22, que nasceu no dia 22 e um dia já teve 22 anos... auhauhaa

Cabrita, tá tudo lindo por aqui, texto, imagens, cores, etc... seu bom gosto já não é algo que me espante. Nem sequer sua evolução como pessoa me espanta.
Passos a frente que parecem pra trás e um dia a gente percebe em qual direção estavamos caminhando. No meio do caminho (tinha uma pedra), com a sede (de chegar lá), com a fome (de conquista e paz) muitas coisas passam despercebidas, outras nos enganam os olhos. Quando chegarmos ao banquete, mataremos o que nos matava e pensaremos, puta que pariu!!!... Já é hora de rePARTIR, porque valeu a pena chegar até aqui.

O que faz valer a pena, são momentos e pessoas, daquelas que nos fazem sonhar, ou apenas a acreditar nos sonhos que já temos.
Hoje, posso dizer que sonho contigo, pelo teu dia de altar, pelas areias brancas da tua casinha na beira mar, pelo riso solto das tuas crias... Já está entranhado em mim todo esse cheiro de lasanha saindo do forno, marido saindo do banho (depois do surf), cheiro de colo de mãe.
Teu profissional, teu emocional, teu pessoal... sempre sempre, sonhes... Nunca, nunca, Só...

Te amo e anos outros, tantos outros virão pra eu dizer isso...

Feliz Aniversário cabrita...

Tia Mi

Do que eles dizem...

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
(Oscar Wilde)

Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo.
(Luís Fernando Veríssimo)

Liberte-se da escravidão mental, nínguém além de você pode libertar sua mente.
(Bob Marley)

Quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse contra mim... Nada mais vai me ferir, é que já me acostumei, com a estrada errada que eu segui, com a minha própria lei...
(Renato Russo)

Do que elas dizem...

Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo.
(Clarice Lispector)

Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
(Lya Luft)

Quando nasci um anjo esbelto,desses que tocam trombeta, anunciou:vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher,esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem,sem precisar mentir. Não sou tão feia que não possa casar,acho o Rio de Janeiro uma beleza eora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos-- dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou.
(Adélia Prado)